segunda-feira, 31 de outubro de 2011

♥→ Causa e Contradição


Meus pés pousam agora sobre grama macia da razão , os raios de sol insistentemente atravessam as folhas das arvores que se fazem presente como uma proteção ao meu redor. Queria saber voar, pensei delirando, olhos semi cerrados tentando fitar o céu que brincava com suas nuvens formando desenhos adivinhatorios sugestivos. Ouvia o som da água, do vento e a voz que não saia da mente - consciência - queria gritar, explodir, pensar em tudo, o que vinha do meu, do teu coração. Emudeci. Calei. Desejava flutuar com as folhas secas que se posicionavam como uma dança assimétrica sobre a minha cabeça. Fechei os olhos e implorei a mim mesma discernimento. Minha flecha envenenada de ciúmes já havia sido lançada e o seu antídoto estaria em minhas mãos, nas minhas próprias lágrimas de razão, só quem sabe ferir sabe também curar a ferida, acreditei. Desejava tecer novos bordados com a linha do tempo, tênue e delicado. Refazer os passos, rever atitudes, palavras proferidas, verbos e adjetivos...
Desejava a Lua e o Sol, dia após dia, cicatrização. Renascimento, ressurreição.
Suspirava fogo, espinhos e pedras como um alento pra uma alma desajustada em meio à multidão, compasso de olhares, lamento de sentimentos turvos, opacos, ternura acanhada definindo entre o que é luz e escuridão
Fechava meus olhos ciente da profundidade dos sabores, da imensidão dos meus amores, degustando afetos provenientes de desilusão causada por mim mesma a mim mesma, momentos de contradição de um coração que ama demais, que sente demais que vive a beira da loucura rindo de si próprio, desejando apenas momentos  de afeição. Porém quem não sabe dar também não sabe valorizar ao receber, crescimento  se faz necessário e disposição pra humildade de uma alma apaixonada com sede de amor






Thatiana Vaz

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