domingo, 27 de novembro de 2011

♥→ Sem palavras...






Eu que tantas vezes lhe fiz declarações, te escrevi versos, poemas e confissões.
Eu que sempre tive tanto medo de te perder e hoje te aguardo ansiosa sem saber o que virá no amanhecer.
Eu que sou tão covarde ao ponto de fugir, evitar o confronto, somente para ter teu riso, que tanto preciso ouvir.

Eu que sou tola ao ponto de acreditar que o nosso amor seria eterno, aqui ou em qualquer lugar, que distância pra gente não existe e como diz o poeta " Todo amor só é bem grande se for triste".
Eu que sou tão mulher, capaz, segura, diante desse amor, sou boba, indefesa e imatura.
Eu que sempre choro na véspera, sofro na antecedência, morro as pressas, exagerada, dramática, aflita, um passo no palco e outro passo na vida.
Eu que tanto te amo nesse momento não sei o que dizer... Coração calado esperando a hora, a fatídica hora da mala arrumar e nela guardar meus sorrisos, esperanças e  motivos, escondê-los de mim mesma no alto do armário, pra um dia quem sabe pra eles poder voltar e olhar sem nenhum aviso, sem nenhum lugar.







Thatiana Vaz

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

♥→ Tantinho...





Me questionei com cabelos ao vento,doce em meus lábios , face úmida de lágrimas, fios tentando se desvencilhar... Eu questionei meu amor por você.
Concluí que te amar pra mim é tão fácil, suscetível e natural quanto respirar. Disse a você e nada além de um meio olhar emburrecido a mim dirigido, faca afiada, fincada em um dos sonhos já despedaçado, no chão esfarelado... Bobagem a minha, dividir devaneios, amores e meros tracejos de um dom nem divino, quem sabe meio aflito ansioso e delicado, um tanto amassado, mas meu e meu e só meu. No travesseiro estendido e só ele sabe meus caminhos, as dores e destinos que a mim foram determinados.






Thatiana Vaz

terça-feira, 8 de novembro de 2011

♥→ Ele...





Ele toca minha alma.

Uma sinfonia de ausências, sentimentos e vontades, extensa em cada nota, simplificada em seu olhar, que acalenta e me acalma, que me toma, me doma, atormenta minhas noites entre dias, me fazendo amanhecer com doces estrelas na retina, ausência da razão.

Ele? Ele me toma nos braços, me aconchega em seu peito, me move entre mundos, lábios tocando nuvens, na delicadeza dos múltiplos sorrisos, iluminado como sol, que me arrasta em disparada por estradas emudecidas, onde só se ouve a leveza da voz do coração.

Sim, ele! Ele é dono dos meus pensamentos, alegrias e tormentos, me dá o céu  e o inferno, gargalhadas em madrugadas, momentos infinitos, saboreado em cada riso, semeado com ferocidade, audácia e sensibilidade, sintonizado  com o profundo eternizado em cada um... Guardado entre os vãos dos dedos, impregnado no cheiro dos cabelos, pele e ar.

Ele é trovão e tempestade, calmaria e felicidade, brisa leve, calor e frio. Me acarinho em seu corpo, me acalmo em teu abraço, lua cheia é onde quero repousar, adormecer e despertar hoje, amanhã e amanhã e amanhã...


Ele! É meu motivo, meu ninho, meu lugar e meu destino, minha luz, meu caminho, minha vida em essência, meu homem e meu menino. 






Thatiana Vaz








Ainda Bem
Marisa Monte


Ainda bem
Que agora encontrei você
Eu realmente não sei
O que eu fiz pra merecer
Você

Porque ninguém
Dava nada por mim
Quem dava, eu não tava a fim
Até desacreditei
De mim

O meu coração
Já estava acostumado
Com a solidão

Quem diria que a meu lado
Você iria ficar
Você veio pra ficar
Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim

O meu coração
Já estava aposentado
Sem nenhuma ilusão

Tinha sido maltratado
Tudo se transformou
Agora você chegou

Você que me faz feliz
Você que me faz cantar
Assim

sábado, 5 de novembro de 2011

♥→ Coisas da Flor










Eu quero bem a tudo, a toda a gente!... Ando a amar assim perdidamente, a acalentar o mundo nos meus braços!







Ah! A doce agonia de esquecer, a lembrar doidamente o que esquecemos...








Uns amam muito, e os outros contentam-se em ser amados.





Florbela Espanca 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

♥→ Dia, Noite e Madrugada...







Você sempre soube fazer meus dias ternos, 
minhas noites inteiras, 
minhas madrugadas iluminadas, 
imensas, 
cheias de cor. 
Mas sem  você nada tem graça, nem motivo.
Longe de você só sei ser uma coisa: infeliz!






Thatiana Vaz

terça-feira, 1 de novembro de 2011

♥→ Amanheci Novembro







Então veio Novembro, doce, leve, quase em gotas. Me trouxe a esperança, os medos, anseios, um prisma de versões. Um cata-vento sem vento com brisa de imaginação. Barco no mar sozinho a navegar com espaço para dois corações. Me dou conta do tamanho do aprendizado ao teu lado, de todo caminho percorrido, dos terrenos alagados, do quanto se aprende com quem se ama ao se entregar a alma a outra alma sem medir emoções... Com você descobri que quando a confiança se faz presente, ela se impõe perene, o ciúme passa a ocupar um lugar ínfimo, mínimo, até deixar de existir e que o amor nessas situações se dobra, redobra, triplica pra não se romper. As muitas multiplicidades de carinhos emergem de onde nem sabíamos ser capazes. Abre-se espaços, rompem-se barreiras, pula-se obstáculos. Tudo com uma única intensão: Manter o foco, não se distrair com "artimanhas" da vida para estar ao lado do coração que tanto se ama. Insaciável, meticulosa, mansa e fera, assim vou entre espaços, tempos e eras. Pulando buracos, tropeçando, caindo e levantando. Me erguendo, tentando e tentando. Mas tenho um rumo, um motivo, um cais, um prumo. Tenho pressa da chegada, de alcançar a tua boca tão desejada e nos teus lábios depositar minha  vida de mulher tantas vezes menina. Me enxergar nas tuas retinas e sentir meu coração ritmado pelo compasso da tua voz. Então me rendo ao convite em mim já eternizado e convicta grito num silêncio aturdido, apaixonado: Meu destino é o toque das tuas mãos. 
Instantes sublimes  proporcionados pelo causador dos meus sorrisos... 
Amanheci sonhando Novembro!







Thatiana Vaz








segunda-feira, 31 de outubro de 2011

♥→ Dia de Fênix




Há de vir o tempo da recuperação, da metamorfose, 
em que até o coração tenha seu dia de Fênix...



Thatiana Vaz

♥→ Causa e Contradição


Meus pés pousam agora sobre grama macia da razão , os raios de sol insistentemente atravessam as folhas das arvores que se fazem presente como uma proteção ao meu redor. Queria saber voar, pensei delirando, olhos semi cerrados tentando fitar o céu que brincava com suas nuvens formando desenhos adivinhatorios sugestivos. Ouvia o som da água, do vento e a voz que não saia da mente - consciência - queria gritar, explodir, pensar em tudo, o que vinha do meu, do teu coração. Emudeci. Calei. Desejava flutuar com as folhas secas que se posicionavam como uma dança assimétrica sobre a minha cabeça. Fechei os olhos e implorei a mim mesma discernimento. Minha flecha envenenada de ciúmes já havia sido lançada e o seu antídoto estaria em minhas mãos, nas minhas próprias lágrimas de razão, só quem sabe ferir sabe também curar a ferida, acreditei. Desejava tecer novos bordados com a linha do tempo, tênue e delicado. Refazer os passos, rever atitudes, palavras proferidas, verbos e adjetivos...
Desejava a Lua e o Sol, dia após dia, cicatrização. Renascimento, ressurreição.
Suspirava fogo, espinhos e pedras como um alento pra uma alma desajustada em meio à multidão, compasso de olhares, lamento de sentimentos turvos, opacos, ternura acanhada definindo entre o que é luz e escuridão
Fechava meus olhos ciente da profundidade dos sabores, da imensidão dos meus amores, degustando afetos provenientes de desilusão causada por mim mesma a mim mesma, momentos de contradição de um coração que ama demais, que sente demais que vive a beira da loucura rindo de si próprio, desejando apenas momentos  de afeição. Porém quem não sabe dar também não sabe valorizar ao receber, crescimento  se faz necessário e disposição pra humildade de uma alma apaixonada com sede de amor






Thatiana Vaz

sábado, 22 de outubro de 2011

♥→ O momento da sua chegada...





Quando você entrou na minha vida, não só me trouxe todos aqueles seus sorrisos (já tão decorados na minha memória), mas mudou a minha história. 


Me deu rumo, me deu prumo, me deu a base, o alicerce que sempre precisei, o colo que tanto pedi em cada uma das minhas orações, me devolveu meus sorriso, a minha esperança, me deu um caminho, o carinho incomparável e insubstituível, me deu atenção, a direção, me deu teus olhares, a sua mão segurando a minha em cada momento de dificuldade ou de alegria, me deu sua alma coladinha a minha. 

Quando você entrou na minha vida mudou meu corpo, meu rosto. Me senti mais iluminada, mais ensolarada, mais motivada, mais mulher. 


Naquele dia que você entrou na minha vida eu me rendi ao teu amor, me senti minúscula diante da grandiosidade da paixão que me dominava. 


Agradeço por nossos momentos de dor e de felicidade, de compaixão e de amor, de segredos compartilhados, de momentos vivenciados em todo seu êxtase, das gargalhadas deliciosas por nós dois desfrutadas, e cada segundo ao teu lado que para mim é tão precioso todo tempo que passamos juntos. 


E eu repito que acordo todos os dias apaixonada por você e te agradeço por esse amor caminhante, amigo, cúmplice e leal, esse amor único que sei que é e sempre será o grande amor da minha vida: Você!









Quem vive apaixonada escreve com  a alma!


Thatiana Vaz

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

♥→ Meu amor em teu eterno



E o coração se abre em flores

Perseguindo odores nunca sentidos

Do amor sempre e constante 



Eternizado na carne jamais tocada

A vontade do sabor do beijo

Na boca desejada

Do amanhecer cheio de estrelas na face tão querida

Me faz querer desfrutar o aconchego

Acarinhar minhas palavras em teus versos

Meu amor ao teu eterno

Minha vida na essência

Encaixando com delicadeza as mãos na tua pele

Obedecendo ao momento

Respeitando a loucura que invade e se faz única diante

Do desejo de me tornar pra sempre só tua




Thatiana Vaz



quarta-feira, 21 de setembro de 2011

♥→ AMOR É SÍNTESE








Por favor, não me analise

Não fique procurando cada ponto fraco meu.

Se ninguém resiste a uma análise profunda,

Quanto mais eu...




Ciumento, exigente, inseguro, carente

Todo cheio de marcas que a vida deixou

Vejo em cada grito de exigência

Um pedido de carência, um pedido de amor.




Amor é síntese

É uma integração de dados

Não há que tirar nem pôr

Não me corte em fatias

Ninguém consegue abraçar um pedaço

Me envolva todo em seus braços

E eu serei o perfeito amor.




Mário Quintana

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

♥→ Das minhas certezas...



Diante dos meus olhos corre a esperança de que o amor possa andar de mãos dadas com a confiança. Sobreviver às tempestades dos ciúmes e das inseguranças pode parecer um obstáculo maior do que o que realmente é, muitas vezes o óbvio é o mais simples, a verdade é a única presença constante que pra sempre prevalecerá e ela sempre aparece, mais cedo ou mais tarde. 


Thatiana Vaz




“Meu coração não se cansa
de ter esperança
de um dia ser tudo o que quer.”
...
“Meu coração vagabundo
quer guardar o mundo
em mim.”

Caetano Velloso

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

♥→ Fernando Pessoa








Poema em linha reta






Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.




Fernando Pessoa




domingo, 4 de setembro de 2011

♥→ Lágrimas em Palavras





Amanheci chorando por dentro e não há nada que eu diga ao meu coração que o console, minhas palavras escorrem dos meus olhos enquanto escrevo lágrimas. Minha razão se foi e com ela os meus sonhos, não há mais sol na minha vida, tudo é apenas noite. Quero agora o silêncio eternizado e constante que conforta  as minhas dores, um silêncio gritado que afaste as lembranças que hoje me ferem tanto. Maldito seja o fim que nunca chega e a minha covardia diante dele, repousaria em algum gramado verde, longe daqui,  e deixaria um leve vento bater na minha face se conseguisse mover minhas pernas. Fui paralisada pela dor, não me agrada quando chega essa hora em que viver perde a graça. Só me resta escrever para que eu não esqueça de respirar...





Thatiana Vaz

sábado, 3 de setembro de 2011

♥→ Um dia quem sabe...




Tem verdades que gostaria que meu coração enxergasse assim como meus olhos os fazem. Analisei-me incrédula diante do espelho, mal podia reconhecer na imagem alí refletida, nesse momento senti uma imensa saudade de mim mesma e orei em silêncio pedindo que meu sorriso um dia a mim retornasse. Aproximando da janela percebi que o dia já se fazia noite, não conseguia me lembrar por quantas horas estive mergulhada na névoa densa que cobria meus olhos, fazia um esforço tentando alinhar os pensamentos e mal conseguia traduzir o que aquela dor aguda no estômago queria dizer. Me ajeitei mais uma vez na cadeira, não fecharia meus olhos, esperaria os minutos passarem e com eles quem sabe a dor minguar de dentro do meu peito... Um dia quem sabe...

Thatiana Vaz

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

♥→ Meu Setembro



E de tudo que se acreditava o sonho virou farelo em meio a chuva que caía incessante.

Mal sabíamos que a distância nos trairia... Ou Talvez meus olhos não quisessem enxergar a verdade que momentos enfim me trariam.

Tudo era pesadelo, não sonho, meu travesseiro coberto de lágrimas pesadas e inteiras, naquele escuro intenso, tão qual meu amor que se esvairia em meus olhos. Tudo alí me pertencia menos o momento, o momento se desfazia, íntegro e prosaico diante dos meus olhos. Palavras pronunciadas sem toda a cautela e calma, atingindo-me  de forma incapaz de alguma curvatura do meu corpo para  um possível desvio. Parei de arder por dentro, comecei a sangrar.




Thatiana Vaz

terça-feira, 23 de agosto de 2011

♥→ Sobre turbulências...






"E mesmo que nada possa ser eterno, mesmo que o 'pra sempre' não exista, eu sei que vou seguir te amando, pelo menos, pelos próximos 99 invernos."


(Marla de Queiroz)


Sempre acreditei ser necessário algumas turbulências para fortalecer o coração, pra se renovar esperança, pra se lembrar que amor não é segundo, 
é instante eternizado, alongado por horas perdidas em sorrisos ternos, 
afagos  apaixonados, olhos que brilham, em lágrimas que descem, 
nas palavras e nos silêncios de momentos tão nossos.



Thatiana Vaz

domingo, 21 de agosto de 2011

♥→ Elas são só coração!

Singela homenagem as essas mulheres fabulosas com mentes inquietas que me inspiram, agradeço por existirem!



...Sempre confundi a espiritualidade com um estado de bom-humor contínuo, uma expressão caridosa constante e a compaixão sempre presente. Talvez por isso, até a alegria me doesse às vezes, pois no fundo, eu queria esconder que dentro de mim havia também certo egoísmo, uma maldade latente, uma força para machucar que é nada além de uma forma humana de defender-se da ilusão de que algo possa feri-lo fundamente. Não respeitava meus instintos quando queria ser a melhor companhia para os outros o tempo todo. E errei muitas vezes na tentativa de acertar. E me feri em diversos momentos dando aquilo que eu não tinha ou queria. Sendo alguém que eu não estava...

...Como me arrependo do choro engolido, do elogio economizado, do insulto recebido sem me posicionar, da trepada sem afeto, do poema forçado, do colo que não pedi, do conselho que dei quando eu mal sabia de mim mesma, da ferida que causei por um motivo qualquer, da ferida que me fizeram e que não curei com o perdão...


(Do texto Um novo retrato 3 por 4)

Marla de Queiroz






...Como eu havia previsto, a tarde transcorreu como uma ilusão. A noite caiu como um vidro que escapa às mãos para satisfazer aos caprichos de alguma distração. Levantei os olhos para o céu como se quisesse encontrar alguma resposta ali deixada. Olhando-me sem piscar, as palavras entram em órbita dentro de sua boca, e o céu, emocionado, não foi capaz de dizer nada. Naquela noite, por alguma razão, as estrelas não tremeluziam sobre o pano negro e sem fundo do infinito. Eram apenas pontos cegos de uma trilha celestial que dava para lugar algum. Perguntei-me se eu havia perdido a noção do tempo, ou se ele teria sido tão sensível ao meu sofrimento, que não passaria por mim, assim, apenas para me recordar que a minha vida estava passando. Agradeci ao tempo pela compreensão que teve ao não condicionar-me ao relógio do mundo. E agradeci, sobretudo, o fato de ele não se limitar a pedir que ao final do expediente de cada segundo, cada minuto, cada hora e cada dia trabalhados, o relógio batesse quantativamente o seu ponto, para obrigar-me a ajustar o meu tempo interno ao da percepção do universo. Se o fizesse, certamente chegaria à conclusão de que o desperdicei para muito além do que calculo. Acabo de sair de uma dieta forçada de isolamento. E sabe o que fiz em todo esse tempo? Eu corri. Fantasiei que, se eu não olhasse para trás, que se eu corresse, que se eu não parasse de correr, que se continuasse correndo, ficaria fora de alcance o bastante para não ter que escutar os gritos surdos do passado...

(Do texto O Último sopro de agosto)


Lídia Martins




...Eu poderia ter levado o meu meio com a gente até o fim. Ter sido só começo, ali, na orla do seu amanhã que ainda tem a mesma cara de hoje e de sempre. Dosado as palavras, adoçado a poesia ao teu modo e encanto, eu poderia. Ter olhado no momento certo em que você também olhava pra si. Ter sentado, esperado, amanhecido. Ter cantado a minha vontade novamente mesmo depois de ter esquecido a letra...


(Do texto Do que passa)


Priscila Rôde






Foi quando começou a não se importar tanto de sentir tanto medo, que ouviu o convite, ainda tímido, quase sussurro, do próprio coração, esse sabedor do que, de verdade, importa:


“Volta, com medo e tudo.”

(Do texto Movimento )

Ana Jácomo

sábado, 20 de agosto de 2011

♥→ Aprendendo a Arte do Desapego






Quando amamos de verdade damos espaço, freamos impulsos, revisamos atos em busca de soluções. Quando queremos mesmo que tudo dê certo afrouxamos o riso, espalhamos a humildade, reconhecemos os erros e doamos o melhor de nós. Quando a vontade de acertar é grande abrimos mão de caprichos, tolices bobas que não nos levarão a nada. Entra em cena o desapego do orgulho visando dias de contemplação. São sutilezas necessárias para quem crê que amor não é em vão, é algo além de qualquer compreensão. Quando o amor é maior que nós mesmos e se faz presente em todos os segundos do dia, se faz necessário a ausência para que sempre fique consagrado o momento da presença, para que se sinta na ponta da língua o gosto da falta e será na saudade silenciosa de nós dois onde melhor nos entenderemos...




Thatiana Vaz

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

♥→ Instantes...



E nos damos conta que nem todos os dias são de flores, que precisamos dessas dores para nos salvar. Então o mundo gira lento e me perco do teu abraço, compassadamente as palavras cessam, a minha boca seca, não encontro nosso olhar, sangram os nossos sonhos enquanto nosso silêncio se cala.
E de repente o amanhecer vence a noite e me traz esperanças, daquelas inocentes que tanto conforta os que amam. Um brilho diferente. Vontade do meu hoje  acontecer em ondas, ritmadas pelo vento constante e sereno, que toca a delicadeza dos meus mais íntimos desejos. Sorrisos  espalhados pelas horas, carinhos doados por segundos não mais em conta-gotas e momentos desfrutados com a nobreza merecida por nossos instantes tão únicos.



Thatiana Vaz

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

♥→ Divagações...





Minha felicidade e minha tristeza possuem o mesmo nome...




Afinal, amor não é isso? Uma linha tênue entre o riso e a lágrima?


E continuo acordando todos os dias apaixonada por um mesmo homem.

♥→ Meus Girassóis






Quando o recolhimento se faz necessário e o nosso coração pede alento, o silêncio nos traz as respostas que tanto são desejadas.
Vida sempre um ato, refletida nas atitudes mais simples, a importância de cada fato espelhado em cada lágrima caída.
E a alma se renova, aflora as verdades, não se cultiva os males das águas transpostas. 

É preciso renascer nos gestos, avaliar as retinas e perceber o amor simples e constante como elo único entre dois amantes. 
Que a chuva me traga a leveza, me lavando por dentro, adubando a minha terra e que em mim floresçam girassóis que sempre estarão a tua espera... Meu SOL.




Thatiana Vaz




Meu dia tem mais cor quando você segura as minhas mãos e me mostra os caminhos...

domingo, 14 de agosto de 2011

♥→ Nos Instantes



Quando se abraça a alma, beija a face, acaricia o coração, o mundo se ilumina, alegrias simplificadas na pureza dos instantes valiosos em que a presença sentida nos proporciona.
Pensamentos vagueiam e te trazem ao meu encontro.
Seguro tuas mãos e aconchego minha cabeça no teu ombro, pronuncio afagos baixinhos em teu ouvido, sussurro delicadezas fazendo florir nos olhos a beleza da esperança dos momentos que sonhamos
Deposito em teus lábios minhas docilidades para que saboreie com seu instinto mais aguçado - vontade.
Porque a verdade só é sentida quando os olhos fechamos e o coração abrimos.



Thatiana Vaz

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

♥→ A razão do Amanhecer


Meu coração pede teu colo nessas noites sem ponto final, reticenciadas por palavras não ditas... Silêncio gritado.

Que o amanhecer seja iluminado por teu sorriso, sim, aquele mais largo, o de SOL. Que nossos dias floresçam mais perfumados, abarrotados de carinhos, inundados de amor, povoados por doçuras. E lembra das miudezas? As traga em toneladas junto ao teu afeto, meu sono não é o mesmo sem o teu BOA NOITE macio, leve e sereno. 
Que venha o BOM DIA e nos teus olhos aquele brilho de criança, na tua boca frases elevadas ao extremo da docilidade insistente nos que amam demais, que querem demais, que sonham demais, que desejam demais... Em nós dois. 
Que meus sonhos dessa noite te contenham, que acariciem minha alma com sua face, que arranhe minha pele com sua barba mal feita, que eu acorde sedenta chamando teu nome... 
Que nosso dia venha daquele jeitinho que o nosso amor merece.




Thatiana Vaz

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

♥→ Caio disse:





— Abraça tua loucura antes que seja tarde demais — ele disse, e seus olhos tinham a cor do mar. Tinham a cor exata de quem por muito tempo, todas as horas, todos os dias de muitos meses e anos, olhou detidamente o mar, acompanhando o vôo das gaivotas, interrompendo-se em rochedos, nivelando-se ao movimento incessante das ondas. Verdes de um verde movediço entre o denso do vidro e o suave da hortelã recém-plantada, líquidos como água móvel, interior de gruta, rasos de pedras claras. Visíveis, os olhos vivos do marinheiro me olhavam molhados pela chuva, vértice de um novo movimento para onde eu convergia inteiro...


Caio F. Abreu

♥→ Adélia Prado




“Aqui é dor, aqui é amor, aqui é amor e dor:
onde um homem projeta seu perfil e pergunta atônito:
em que direção se vai?”


(Adélia Prado: O Coração Disparado)

domingo, 7 de agosto de 2011

♥→ O milagre do teu amor



Quando o coração ta desalentado, pedindo um colo, curativos, esparadrapo 

A gente o vê sangrando, minguando, murchando
Coração dolorido, peito apertado, prolonga meus sentidos já turvos e piso no escuro, chão áspero e duro
No peito uma dor aguda, profunda, que me deixa insana
E sinto as palavras secando,minha boca espuma os meus olhos se fecham, coração doí e lagrimas atormentam
Hoje me encontro amarga, sem a calma que tanto acalenta meus dias de iluminação.
Me desculpe se nesse momento desaprendi a sorrir, meus motivos se foram... Porque quando a gente acostuma a ser feliz não sabemos mais como a dor enfrentar
Quero dias só de flores, sem todas essas dores que cismam em me fincar...
Quem sabe essas palavras me sirvam de cura e que novamente em mim versos felizes voltem a florir.
Só o milagre do teu amor pode me fazer renascer e voltar a despertar.




Thatiana Vaz

♥→ Fato Eternizado





E essa falta que me consome, que chama teu nome,  a tua voz que não me deixa nem cala, me comove, faz desejar tua boca colada a minha sem ensaios ou disfarces, assumidos no toque da minha pele, que doma, sacia a vontade de te ter  entre nuvens que surgem.  
Traz o teu Sol, meu guia, direcionando nas minhas estradas todos os dias, meu caminho é o teu, sou tua e já sabia.
Se aproxima do meu corpo, sente meus sonhos te implorando para tomar conta do que te pertence, sem mais enganos. A Minha alma é tua casa, meu coração é tua morada, nas miudezas de afetos tão nossos, de momentos tão íntimos, de vida consagrada pelo amor entre homem e mulher. Divino!
Depois de provar  da tua paixão jamais saberei viver longe de ti, cúmplice, amigo, companheiro, homem felino.
Minha vida em tuas mãos, minha alegria em teu olhar, minha esperança em tuas palavras, meu amanhecer em teus sorrisos... Fato eternizado em mim.



Thatiana Vaz







Eu não vou saber me acostumar
Sem suas mãos pra me acalmar
Sem seu olhar pra me entender
Sem seu carinho, amor, sem você
Vem me tirar da solidão,
Fazer feliz meu coração
Já não importa quem errou
O que passou, passou
Então vem...
(Michael Sulivan / Paulo Massadas)





sábado, 6 de agosto de 2011

♥→ O Medo do Monstro






Eu menti quando disse que não sentiria nada tão grande quanto o que eu sentia por você. Eu menti. Te amo agora muito mais do que me ví ser capaz alguma vez na minha vida  e esse monstro com nome de medo que me deixa apavorada com a iminência de te perder assombra meus segundos e o pavor dos olhos fecharem e a sua imagem sumir me deixa tremendo e assustada, encolhida, recolhida num canto esperando  você voltar.








Thatiana Vaz