quinta-feira, 11 de novembro de 2010

♥→ Sincronicidade


Poderia ser descrita por Balzac.
Palavra-por-palavra: expressão. 
Os dias passam em espiral e ela se fecha em ciclos.
A vida sempre foi esse espelho côncavo diante do qual o ser se esgota em busca da melhor posição subjetiva. 
O ser inteiro reduzido a ponto-e-vírgula só para depois refazer-se.
Tão mais xamânico. 
Ela escreve como se jogasse runas.
Cada caractere sussura segredos. 
Escrita-oráculo: escreve para responder.
Nas noites, sincronicidade tem astúcia de vagalume.
Amanhecer pode ser aleatório. 
Ou quando um homem vislumbra um texto na poeira cósmica.
Docemente incompreensível. 
Como usar braille para orvalhos. 
Ou costurar nebulosas em esqueletos de corais. 
Dia um: o homem encontrou no seu peito reverberação de concha.
Toda interrogação cede a ponto de anzol.
Silêncio.
A palavra, isca.


Beijos da Pétala




Thatiana Vaz

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