sábado, 12 de fevereiro de 2011

♥→ Chiliquinhos e a Jamanta



Dia amanheceu lindo por fora e nublado por dentro, mal abri os olhos e me questionava  por quê estar mais um dia alí, poderia saber exatamente como cada hora correria, o que me traria cada minuto pertencente a ele. Sim, era mais um dia, coração pedia pra não se mexer mas obrigações  me forçavam a isso. Enquanto concluía minha higiene matinal pensava em como era complicada  ter as patologias que em mim se fixaram, o que muitos chama de sintomas eu já chamo de meus chiliques devido ao nosso excesso de intimidade, nos meus dias mais afáveis quando começo a senti-los, me encaro de frente, dou um sorrisinho de meia boca e os chamo carinhosamente de chiliquinhos.
Mas nada se compara aos olhares alheios de  pessoas que me cercam e chegam presenciar "meus chiliquinhos", dou um sorriso interno  quando isso acontece, um risinho sarcástico, maldoso, imaginando que para esses o que me domina  são  frescuras, chamam assim devido a falta de intimidade, são bem impessoais e que permaneçam assim.
Um dia desses estava ingerindo minha dose diária de Caio F. Abreu e lí um texto dele sobre  uma jamanta , ele dizia: -"Ai, meu Deus, minha única esperança é que uma jamanta passe por cima de mim...". Me achei nessa pequena frase dentre tantas palavras que saboreio dele com imenso prazer e me dei conta que tenho muitas jamantas desejadas... eu e todos, acredito. A Minha jamanta seria meu ponto final... aquele sem continuação no próximo parágrafo, aquele que marca o fim. Acho que ví a jamanta ontém, entre a primeira ou segunda injeção de Valium que a médica me aplicava... acho que ví, lembro pouco, pra variar, mas existem coisas que melhor mesmo é esquecer, mas esquecer da jamanta não me agrada, não me conforta e é linda, é uma esperança.
Bem, mas enquanto a minha jamanta não chega eu vou convivendo com meus chiliquinhos... cada um com sua sina né?


Petála em crise de chiliquinhos

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