sábado, 14 de maio de 2011

♥→ Sonatas de Bach



Saboreando as cores da manhã, toco a superfície doce do dia e te ofereço meu olhar terno, recheado de carinhos que saltam dos meus olhos em direção aos teus, respeito a distância e o tempo que nos separa. Penso em você.

Você que vela essas noites entranhas, povoadas por seres alvos, tem as palpébras pesadas e sonha em passividade contraditória e nas tardes sente o frio dos dias quentes. Chora compassado, contido, por dentro, como um rio represado, como se o sentimento encontrasse um ritmo no meio das noites intercaladas. Reza enquanto rabisca uma folha de esperança. Depois vai xingando calmo, tragando um cigarro, observando a fumaça que se ergue da xícara de café, pontilhado, entre passo e compasso, enquanto costura idéias, realinha e navega em pensamentos distantes. Olhos perdido em algum ponto entre o ontém e o hoje, te vejo andando como um guerreiro no meio de uma batalha, destemido, misturando suor e força, amor e dor, emoções e clareza. E seus orgãos vibram, como se seguissem o rítmo das Sonatas de Bach, entrelaçados ao vento que sempre pousa em sua face te fazendo recordar que ainda há muito a ser feito.

E eu aqui, pensando em você...



Pétala

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